A idade chega para todos
A idade chega para todos, esta expressão certamente você
já ouviu em algum momento da sua vida. O fato é que realmente a idade chega
para todos, mas a consciência do envelhecimento aos mais jovens, nem sempre é
uma realidade. É difícil compreender a experiencia da velhice sem passar por
ela, isso é compreensível, no entanto, ser indiferente as mazelas que a idade
propõe é no mínimo insensato.
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Foto: Internet |
É possível que você conviva com alguém que já está em sua
velhice, talvez você já tenha ouvido reclamações de dores, tenha observado a
lentidão em realizar pequenas tarefas, como também tenha percebido que nem
sempre os diálogos são racionais. Ao passo que em alguns casos você, por mais
que queira, não consegue se posicionar na situação de um idoso, talvez seja difícil
imaginar-se do lugar deste. Assim, em alguns momentos você pode se colocar com
uma pessoa insensível e incapaz de ser totalmente ciente das necessidades do
próximo.
É certo que esta necessidade de compreender as dificuldades
do outro não se passa apenas na velhice. Nós somos eternos Tomés, que
necessitamos ver para crer naquilo que nos colocam. Assim sofrem os
depressivos, por exemplo, que são obrigados a escutar palavras de incentivo
como “olha aquela pessoa sem uma perna, ela sim deveria estar reclamando da
vida”. Esta frase só mostra o quanto uma pessoa pode ser incapaz de imaginar a
prisão que é a mente humana, principalmente em momentos de ansiedade e
descontrole emocional. As pessoas esquecem que o cérebro é uma parte do corpo
humano, invisível aos olhos, mas capaz de inabilitar uma pessoa.
E assim acontece com o idoso e suas dores, seus medos, suas
fragilidades. Já percebeu como uma criança depende dos nossos cuidados? O
idoso não é diferente, na verdade ele se torna uma criança depois de uma certa
idade, só que uma criança em que a saúde pede atenção. É claro que há muitos
idosos, lúcidos, determinados e cheios de saúde em nosso meio, mas a grande
maioria dos nossos velhinhos estão indiscutivelmente precisando da nossa
atenção. Porém, ocorre que em pleno século XXI, muitos filhos, abandonam físico
e emocionalmente seus pais em asilos e assim, segundo o IBGE, nos últimos 10 anos,
o número de idosos no Brasil, crescem assim como aqueles que necessitam de
assistência social.
Quando chegamos a certa idade, passamos a lembrar das
nossas experiências de vida, desejamos falar mais sobre o passado, sobre como
tínhamos atitude e disposição para muitas atividades. O que acontece depois de
um certo tempo é que a disposição vai acabando e, a vontade de descansar e de
escolher um cantinho para viver e continuar a vida se torna maior. Quantas
vezes, você já não tentou mudar um idoso de casa, oferecer algo e melhor, pelo
menos na sua percepção e, ele não aceitou? Permita que eles escolham onde
querem ficar e como preferem viver. É um direito deles e, é um dever seu
apoiar.
A propósito, dever. O quanto é difícil admitir
que devemos algo a alguém, principalmente favor. Às vezes, somos incapazes de
reconhecer os esforços dos outros, somos incapazes de agradecer em forma de
cuidado os cuidados que nos foram dados. Porém, não deixa de ser um dever, não
deixa de ser uma necessidade ao passo que um dia também precisamos deles. Você
com certeza, teve alguém que dedicou a vida a você, então, por mais que você não
consiga enxergar as angustias e sentir na pele as dores de um corpo
envelhecido, sinta a necessidade de ser reciproco nos cuidados que recebeu.
Cuide de quem precisa dos seus cuidados. Este é um ensinamento maior que
qualquer religião e está em conformidade com a escolha de ser cristão, como
também, qualquer fé que direcione à paz e ao amor ao próximo.
Por Valécia Medeiros
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